sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Um ponta pé na desconstrução de ambientes opressores

Hoje eu só quero que o dia termine bem, porque tá punk viu?! Sinceramente tá sendo bem difícil dialogar aqui em casa. Meu pai não tem noção do quanto suas falas e comportamentos são machistas,eu tento não ir de frente pra não tencionar, mas não adianta, mas são nas pequenas coisas ele revela o quanto seus pensamentos são machistas.

Meu pai ainda vive naquela ideia que homem pode tudo por ser homem e mulher não pode nada. Aqui em casa, mulher não pode decidir. Homem não faz tarefas domesticas mulher não pode sair, homem sai e volta a hora que quer... Aff vontade gritar um palavrão... POOOOOOXA!

Essas coisinhas vem me inquietando já tem um tempo, então resolvi fazer alguma coisa. Primeiro chamei minha mãe e conservei com ela sobre tudo isso, que acaba afetando a nós mulheres, a conversa não foi fácil, pois minha mãe acha tudo isso muito normal e me diz que sempre foi assim. Ainda justificou o comportamento do meu pai como sendo algo da criação deles. Fico passada com umas coisas dessas!

Depois de ouvi-la, tentei explicar que se tudo isso foi construído a gente pode desconstruir também, comecei minha sensibilização com ela pelo viés da justiça. Nesse sentido o senso de manhinha não falha. Primeiras perguntas foram se ela achava justo que homens e mulheres tivessem direitos diferentes. Ela disse que não, depois perguntei se ela achava justo que os homens mandassem no corpo da mulher (desde corte de cabelo, as roupas que usamos), ela também disse que não, mas que as mulheres devem se dar ao respeito. Daí perguntei pra ela se é nós que temos dar o respeito ou se eles nos devem respeito, ela ficou calada. Maninha é dessa que acredita que o estilo de roupa defini o caráter das meninas. Mas eu tô na luta diária pra mudar esse pensamento cão.

Falei sobre traição, se era justo o homem sair se relacionando com várias pessoas ao mesmo tempo e ser visto como garanhão e se nós mulheres for fazer a mesma coisa somos vista como puta, piriguete... Ela ficou logo tensa, porque ela sabe que meu pai trai e ela finge que não sabe.

Daí voltei pra nossa relação familiar e tentei explicar pra ela, que estava na de começar a viver de outra forma, de forma que fosse sadia para todxs nós, que não é justo que todos comam e só as mulheres lavam as loucas, que todos baguncem e só nós mulheres arrumem...

Propôs uma conversa em família para definirmos pelo menos as tarefas domésticas e ela topou. Fizemos a conversa, que não foi fácil, pois meu pai ainda insiste que mulher é pra cuidar de casa mesmo, contudo ele entendeu que nós não vamos mais assumir tudo sozinha em função de um pensamento e atitudes machistas que só desrespeita e inferioriza as mulheres.

E é nesse cenário da cultural machista produz todo o tipo de violência tanto a psicológica quanto a física. E hoje escrevendo sobre isso, me lembrei que é 25 de novembro: O Dia internacional de combate à violência contra as mulheres. Para quem não sabe a data ficou conhecida mundialmente por conta do maior ato de violência cometida contra mulheres. As irmãs Dominicanas Pátria, Minerva, e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, que lutavam por soluções para
problemas sociais de seu país (República Dominicana) foram perseguidas, diversas vezes presas, até serem brutalmente assassinadas por agentes do governo militar no ano de 1960. A ditadura simulou um acidente.

Em 1981, durante o I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia, o dia 25 de novembro foi escolhido como Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, em homenagem às três irmãs ativistas políticas.

Bom voltando as atitudes de papai, foi uma luta, mas pelo menos dois dias da semana a casa é dele, claro que o espaço que é coletivo, por que tem coisas pessoais que a gente gosta de arruma do nosso jeito né verdade?
Mas é assim que vi uma forma de poder começar a desconstruir os ambientes de opressão, tipo formiguinha, aos poucos e avante.


E você já pensou alguma forma de descontruir ambientes que oprimem no seu dia a dia? Conta pra gente como que foi. Bora trocar umas figurinhas.

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