segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Meu Amigo Smartphone.... A quem serve?

     Quem foi o gênio que inventou o smartphone? Se a gente der
 um google rapidamente vamos obter a resposta. Essa é uma das tarefas mais fácil e vou deixar por sua conta essa pesquisa. Porque na verdade o que tem me incomodado não é necessariamente o smartphone, mas sim a relação que as pessoas tem estabelecido com ele. Já parou para pensar? Eu me peguei esse dias pensando nisso quando peguei um busão lotado.
     Eram oito da manhã, o ônibus estava cheio parecia não caber mais ninguém. E o meu espanto nem era com a lotação sub-humana com a qual todos ali estavam submetidos, era sim com o silêncio que havia ali. Sei que ônibus lotado todo mundo, ou a maioria das pessoas desse nosso país enfrentam. Até por que estamos longe de ter um transporte público que não seja precário, mas cá pra nós, busão lotado ninguém merece! Mas daí só ouvir o ronco dos motores e a vida passando lá for, ou melhor a vida passando e ninguém dando conta disso, mesmo em movimento é pra matar qualquer ser humano né mesmo?
         E ali pelo seus telefones, as pessoas que habitavam aquele ambiente coletivo estavam concentradas em respondendo e-mails, mensagens das suas redes sociais, jogando, ajeitando suas plays lists e de quando em quando uma breve e minúscula espiada ao redor para não perder a parada que desceriam. Mas todos ali se encontravam numa falsa sensação de descanso programático de que
estavam passando, ou ganhando tempo. Tá eu sei que quando leem livros também se comportam dessa maneira e vão para outra atmosfera. Mas o meu incomodo é mais que isso. É essa sessão de que tudo está ao alcance, nas palmas da mão, quando na verdade não. Quem nunca brigou, se sentiu excluída, magoada (o), ou que não mereceu a atenção necessária em razão de algum amigo, companheiro, familiar estar com esse aparelhinho nas mãos que atire a primeira pedra. Eita atira a pedra não! Só reflita rs.
       Sem contar que tudo agora é como se fosse uma extensão de nós. Já percebeu que tem aplicativo pra tudo nessa vida? A impressão que fica é que perdemos a capacidade de pensar por nós
mesmo. É como se não existíssemos mais sem toda a comodidade hitech que todos esses aparelhos que nos rodeiam proporcionam. Por exemplo a pouco tempo parávamos para perguntar as pessoas se conhecem tal lugar... Claro que ainda fazemos isso, mas com muito menos frequência do que se fazia. E a perca do contato com a outra pessoa se vai pela autonomia computadorizada. E essa avalanche de informações, promoções, correntes imagens que nos chega a todo tempo? De repente você está ali na telinha e algo simplesmente pula de induzindo a um consumo, seja ele pago, ou aparentemente free. Ai eu fico encucada me perguntado: Para que serve mesmo tudo isso? Ou melhor, a quem serve tudo isso? Será que de fato tudo isso une mesmo as pessoas? Ou é a nova forma que o sistema do capital se reconfigurou para nos extorqui?
        Minha gente para onde vai tanta curtida, tanto comentário, compartilhamentos, textões, visualizações e hashtag cotidianamente? Será aquele coisinha guardada na memória do esquecimento? E a quem isso serve?
       Ter uma “audiência” hoje é quase palavras de ordem
independentemente se isso acirra ainda mais nossos ódios cotidianos.
       E esse monte de imagens, vídeos montagens lives e ao vivo que estamos produzindo... serve mesmo para que? Obviamente você deve ter pensado em um resposta. Para nos entreter. É claro que isso é importante. Mas o entretenimento para além da medida busca mesmo é maquiar alguma coisa que não se dá conta. Sobretudo do que nós é coletivo. Ai o grande problema. Por exemplo. Quais são as notícias que nos chegam sem ser manipulada? Já parou para pensar?
       São tantas as perguntas que minha cabeça deu até um bug só de pensar. Sei que tudo isso é muito pesado e haja byte tera giga para nos comportar.
      Será que alguns – sim alguns no plural pois somente para uma pessoa é impossível- nesse planeta que tudo vê, monitora, e copta tudo que fazemos no nossos brinquedinhos que chamamos de smartphone, para algum dia usar tudo como prova contra nós mesmo?
       Gente... Eu vejo bebes que só sabem ler o mundo a partir da
tela do celular. Isso é muito estranho! Precisamos reaprender a ler o mundo de outras formas e acho eu que o desacelerar seria uma ótima aposta. Não é que sejamos burros ou algo do tipo, mas nosso processadores não são de uma máquina, é feita de músculos que pulsam. E é nesta extrema pulsão que precisamos nos encontrar. Nessa matéria de nos mesmos sem a mediação virtualizada que nos submetemos cotidianamente.
         Eita! Acho que viajei demais... talvez a grande resposta seja essa para todas essas questões.... Viajar com o que abre e nos faz sentidos!
Descomente essa postagem.

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